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Dia Mundial do Câncer #ABRASPENAPOIAESSACAUSA
Dia 04 de fevereiro, é o dia mundial do câncer. Uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) e com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a data tem como objetivo aumentar a conscientização e a educação mundial sobre a doença, além de influenciar governos e indivíduos para que se mobilizem pelo controle do câncer evitando, assim, milhões de mortes a cada ano.
Nesse sentido, hoje vamos falar um pouco sobre um artigo recém publicado no Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle, sobre intervenções nutricionais no paciente oncológico com sarcopenia. Veja abaixo:
Intervenções Nutricionais no paciente oncológico com sarcopenia
O câncer afeta milhões de pessoas, e é uma das principais causas de morte no mundo. Uma nutrição adequada durante o tratamento, pode aliviar a carga dos sintomas além de aumentar as chances de sobrevivência.
Um dos fatores que mais influenciam no prognóstico é a perda de massa muscular. Essa condição atinge mais de 50% dos pacientes recém-diagnosticados com câncer, e está diretamente ligada com menor qualidade de vida, complicações cirúrgicas, progressão do câncer e sobrevida reduzida.
Durante o tratamento, a manutenção ou a recuperação da massa muscular pode melhorar os resultados da terapia. Nesse sentido, é necessário sempre buscar estratégias para otimizar a composição corporal do paciente oncológico.
No mês passado, foi publicada no Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle uma revisão, onde foram apresentadas estratégias nutricionais para o paciente oncológico com baixa massa muscular e/ou sarcopenia. A revisão foi limitada a artigos publicados em inglês, adultos humanos e aqueles que mediram a composição corporal utilizando BIA, tomografia computadorizada, DXA, ressonância magnética ou pletismografia.
O primeiro desafio é determinar as necessidades energéticas do paciente. Otimizar os níveis de energia é importante não só para evitar a perda de peso, mas também para evitar a perda da massa muscular. Ofertar a quantidade ideal de energia para cada paciente é um desafio, porque existem tumores hipermetabólicos e outros hipometabólicos. Mas, em média, eles reforçam que devemos utilizar 25-30kcal/kg/dia*, lembrando sempre de usar peso ideal para o paciente obeso.
*Valor que mais se assemelha aos estudos com grupos que realizaram calorimetria indireta, com fator de atividade física entre 1.2-1.4
Em relação a proteína, o artigo reforça que esse nutriente é a base para a manutenção ou ganho de massa muscular, em especial, a proteína pós-prandial, pois os aminoácidos em circulação vão estimular a síntese proteica.
A quantidade e a qualidade da proteína ofertada são extremamente importantes. Nessa revisão, a conclusão foi que a quantidade ideal fica entre 1,2-1,5g/kg/dia, distribuída durante as refeições, e quando possível, associada com atividade física.
Além disso, o artigo destaca os benefícios da Leucina, glutamina, creatina, carnitina, ômega 3, vitaminas A,E,C,D e os minerais zinco e selênio.
Referência: Prado CM, Purcell SA, Laviano A. Intervenções nutricionais para tratar baixa massa muscular no câncer. J Músculo Caquexia Sarcopenia. 2020 8 de janeiro.
O Dr. Thiago Gonçalves gravou um podcast especial sobre esse artigo, e explica exatamente os benefícios de cada um desses nutrientes. Ouça agora mesmo através do link: